De forma geral, algumas pessoas podem pensar que a relação entre desempenho escolar e uso de vídeo games não seja muito produtiva. Ou, até mesmo, que os jogos tendem a prejudicar e competir com os estudos. Afinal, a atenção dedicada aos games poderia desviar as crianças e os adolescentes do foco nas atividades da escola.
No entanto, há cada vez mais indícios de que vídeo games podem contribuir para tornar seus usuários mais inteligentes. Isso é o que aponta um novo estudo realizado por pesquisadores europeus e publicado na conceituada revista Nature.
A relação entre games e ganho de inteligência
Para a condução do estudo, os pesquisadores acompanharam mais de 5.000 crianças por dois anos. Assim, realizaram testes cognitivos em todos os participantes, tanto no início quanto no fim do período. Nesse meio tempo, os pais reportaram quanto tempo as crianças passavam vendo TV, socializando online e jogando vídeo games.
Ao final do estudo, os pesquisadores perceberam que as crianças que passaram mais tempo jogando foram as que obtiveram melhores resultados. Ou seja, segundo os parâmetros da pesquisa, houve ganho de inteligência acima da média em quem mais teve contato com games.
É provável que isso possa ser explicado pela própria dinâmica dos jogos. Afinal, vídeo games são recheados de desafios e quebra-cabeças. Logo, estimulam habilidades como o raciocínio lógico e a resolução de problemas. E isso já dá uma pista de como os jogos podem contribuir também no contexto educacional.
Gamificando o ensino
Se os jogos eletrônicos conseguem melhorar o desempenho cognitivo e entreter ao mesmo tempo, então esse é um caminho a ser explorado em sala de aula. Por isso, ganham cada vez mais espaço no ensino as metodologias que utilizam a gamificação. Ou seja, a abordagem lúdica de conteúdos de aula, incorporando a lógica dos jogos.
Esses métodos não são exatamente novos, mas, recentemente, têm sido potencializados pelo avanço da tecnologia no ensino. Agora, plataformas educacionais como a do Google conseguem incluir atividades muito mais dinâmicas e criativas no currículo escolar. Através dos Chromebooks e de apps do Google Workspace for Education, por exemplo, alunos e professores podem inclusive desenvolver seus próprios games.
E isso é apenas o começo! Afinal, em pouco tempo é bem provável que inovações como o metaverso também façam parte do contexto escolar. Por isso, é essencial que as instituições de ensino invistam desde já em tecnologias educacionais. Assim, estarão sempre prontas para acompanhar o processo evolutivo do ensino.
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Foto: iStock/Chaay_Tee
